segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Há que amar Shakespeare

Aproveitando o "convite" para ficar em casa, apeteceu-me Shakespeare. "O Mercador de Veneza", em que o heroi é um vilão ;)
A "modernidade" desta peça, espanta-me... é incrível, como alguns temas continuam tão actuais!
Não vou dissertar sobre a peça, muito menos vou falar do meu (imenso) amor pelo autor. Neste pequeno trecho, peço-vos apenas que substituam "jew" e/ou "christian", por um outro substantivo á vossa escolha e reflictam.

"Shylock: To bait fish withal: if it will feed nothing else, it will feed my revenge. He hath disgraced me, and hindered me half a million; laughed at my losses, mocked at my gains, scorned my nation, thwarted my bargains, cooled my friends, heated mine enemies; and what's his reason? I am a Jew. Hath not a Jew eyes? hath not a Jew hands, organs, dimensions, senses, affections, passions? fed with the same food, hurt with the same weapons, subject to the same diseases, healed by the same means, warmed and cooled by the same winter and summer, as a Christian is? If you prick us, do we not bleed? if you tickle us, do we not laugh? if you poison us, do we not die? and if you wrong us, shall we not revenge?"

(Merchant of Venice, Act III, scene I, W. Shakespeare.)

***

3 comentários:

  1. E tens muito bom gosto porque Shakespeare é simplesmente delicioso de se ler precisamente porque o tempo passa mas o que outrora escreveu permanece actual.E será sempre actual a não ser que todos os amores passem a ser possíveis e correspondidos e que a diferenças entre uns e outros deixem de existir ou, em alternativa, que uns e outros aprendam a viver e a aceitar as diferenças mutuas. Como me parece que nada disto vá acontecer...
    Abraço apertado com beijo na ponta do nariz ;).

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  2. Silvia: reconheço que muitas vezes, também me inquieto com essa perspectiva. E lamento por todos nós, que tal ainda não seja possível. Verdade, verdadinha que o mundo está cheio de lindas palavras e arautos de boa-vontade, mas as merdas continuam a acontecer...
    De qualquer modo, acho que vou ser uma "desajustada", até ao fim dos meus dias.
    Beijo e xi apertadinho :)

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  3. Há autores assim (poucos) intemporais.

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