quinta-feira, 7 de julho de 2011

Acerca da agressividade e outros que tais


Confesso que tenho sérias dificuldades em lidar com a agressividade e com pessoas agressivas.
Já nem falo das que o são fisicamente (não as tolero)... refiro-me a pessoas que dão respostas agressivas e descabidamente violentas quando são contrariadas ou acham que o estão a ser, ou porque estão num dia mau (o que seria de todos nós, se andassemos a descontar nos outros, os nossos problemas e frustações? E que culpa têm os outros, disso? Como não o faço com ninguém, também não permito que o façam comigo.). A minha primeira reacção é sempre de surpresa e a seguir, consoante o grau de intimidade com a pessoa em questão, de mágoa ou indiferença.
Acredito no diálogo franco, no salutar debate das ideias, mesmo que não sejam coincidentes com as minhas. Não sou, de todo, uma expert em matérias distintas e por isso, só opino sobre aquilo que realmente sei, que vivenciei, que estudei. Por dois motivos: não gosto de ser apanhada em falso e também não me considero pretensiosa ao ponto de achar que sei tudo.
Não gosto de quem argumenta infundadamente e principalmente, de quem se contradiz após uma ou outra rasteira que eu lhe possa lançar (sim, eu sei que não é bonito, mas há alturas em que são merecidas e há quem goste de se pôr a jeito).
Não suporto paternalismos e também não gosto de respostas passivo-agressivas porque me colocam na posição de agressor que, de todo, não sou. Não faz parte da minha forma de estar na vida, nem da minha essência como ser humano. E porque, consequentemente, colocam o meu interlocutor no papel de auto-infligida vítima para o qual, tenho menos pachorra ainda.
Ah, e gosto de frontalidade, honestidade e coerência.
A principal razão pela qual não gosto de respostas agressivas é que, apesar de já me considerar muito mais sensata e tolerante, têm a capacidade de trazer ao de cima, o que de pior (ainda) existe em mim... o meu lado-negro, se assim lhe quiserem chamar. Manifesta-se através da violência verbal, do sarcasmo frio e duro. e de uma certa crueldade.
E não gosto. Nada.
Tempos houve, em que me deixava dominar completamente por ele, e inevitávelmente, caia em confrontos violentos. Tinha sempre a perfeita noção do resultado final (uma grande m****) e pouco me importava com isso. O que importava era ganhar. E se para isso , tivesse que magoar fosse quem fosse, tudo era válido. Nada bonito de se ver ou sentir. No entanto, após o embate, ficava nauseada e profundamente triste.
A vida e o tempo, mostraram-me o quanto era cruel e egocêntrica: paguei o preço de todas as minhas arrogâncias.
Hoje em dia, só em casos extremamente graves e em que as pessoas ultrapassam todos os limites que eu considero como toleráveis (pelo caminho vou dando indicações claras de que se estão a esticar), é que eu o deixo à solta. Normalmente, prefiro virar costas, respirar fundo 30000 vezes e literalmente, borrifo-me para o assunto e para a pessoa em questão.
Não será correcto? Talvez não.
Não é muito "iluminado"? Concerteza que não.
Mas poupa-me imenso tempo e permite-me focar em coisas que realmente valem a pena.
E a vida continua.

***

4 comentários:

  1. Olá linda, também abomino a agressividade nas suas várias expressões. Para quê, ao fim e ao cabo? Para andarmos às turras? Para andarmos sempre com os nervos à flor da pele? Dispenso! Para mim, um diálogo calmo e objectivo, straight to the point, resolve muita coisa e previne imensas dores de cabeça :)
    Beijinho

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  2. Ora lá está! Falou e disse tudo.
    Porque achas que não me lembro de discussões parvas até ao mais ínfimo e mórbido pormenor?
    Muitas (quase todas) as vezes não vale a pena. Nem as discussões, nem esse tipo de gente.
    Além disso, eu virada do avesso, sou muito feia e mal cheirosa.Nada bonito de se ver.
    Bjs

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  3. Luisa:
    Pois...:)
    Beijos, "siamesa".

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