terça-feira, 11 de outubro de 2011

Cabrices e tal...

A cabra perfeita: Miranda Priestly,
do filme "The Devil Wears Prada", mas podia ser outra qualquer...

Pois. Por estas bandas, também há.
Uma faceta controlada, mas latente, sempre mortinha para vir cá para fora. Não que me orgulhe dela, mas não consigo deixar de lhe achar piada (vou para o inferno, é o que é! Bem, eu até sou friorenta, portanto vem a calhar).

Momentos de cabrice:  em regime de part-time ou seja, sempre que alguém se põe a jeito, sim porque isto de ser cabra o dia inteiro, dá muito trabalho (e eu tenho mais coisas para fazer) e diga-se de passagem, não seria justo porque, até os que se põem a jeito, têm sentimentos. Além do mais, arranjam-se muitos inimigos (vá-se lá perceber porquê?) e falsos amigos (o que ainda é pior), e isso é coisa que não faço questão de cultivar. 

Grau de cabrice: moderada e imperfeita, pelas razões enumeradas acima.

Requisitos: lingua rápida e afiada, inteligência, sentido de humor, uma dose considerável de sarcasmo, arrogância, poder de encaixe (muito importante; senão corre-se o risco de se ser uma ressabiada em vez de se ser uma cabra), domínio do assunto em questão (não confundir com coscuvilhice) e um lado neurótico latente (ah, pois).

Constatação: só uma cabra consegue reconhecer outra cabra. As cabras não suportam as aspirantes a cabras, não porque sejam de alguma forma inferiores, mas porque, como ainda estão em evolução, a 1ª coisa que têm que aprender é isso mesmo: reconhecer uma cabra e respeitar a sua hierarquia ou estatuto no mundo da cabrice, até que consigam conquistar o seu, normalmente, sempre por mérito próprio e provas dadas de absoluta cabrice (sim, porque isto de se ser cabra, não se aprende na Wikipédia,  nem a ouvir a Kathy Griffin, a Joan Rivers ou mesmo o Eddie Izzard, e concerteza que não sai nas raspadinhas).

Permissa: certeza de que há sempre, uma cabra maior.

Conselho: nunca chamem uma cabra de cabra, a não ser que ela o permita ou vos mostre que assim é.

Desmistificações: as cabras também têm coração e capacidade de auto-censura. Não suportam é pseudo-quaisquer-coisas, possidoneiras e afins, mas são facilmente desarmadas (e neutralizadas) pela sinceridade, autenticidade, honestidade e coerência quando as encontram nos outros. Aliás, ficam secretamente felizes porque elas sabem, que se assim fosse, o mundo seria bem melhor e não haveria razão para elas existirem. Palavra de cabra.

***

16 comentários:

  1. O que já me ri!
    E a seguir fui reler um post que fiz há uns meses sobre o mesmo assunto. Se te apetecer, aqui fica:
    http://aquimeconfesso-benedita.blogspot.com/2011/05/eu-tenho-uma-cabra.html
    Beijos

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  2. Adorei este post! E sim, vistas as coisas também sou cabra em Part Time! Tem que ser, punham-me a pata em cima! :)

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  3. Sinceramente...tu só tens a mania que és cabra. Mas para o seres ainda te falta ter um blogue...

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  4. Benedita:

    epá, fico feliz por te ter feito rir!
    Ah, adorei o teu post: as cabras são fixes e uteis ;)
    Beijos.

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  5. Anónimo:

    Meu querido/minha querida, algumas verdades no teu comentário. Mas o facto de te teres dado ao trabalho de me leres e comentares, já revela a tua curiosidade sobre o mundo cabreiro ou seja: ou és ou queres ser.
    E sabes que mais? Adorei a sugestão de ter um blogue de teor cabreiro...fiquei a remoer a ideia e até já me lembrei de convidar alguns parceiros de cabrice. A ver vamos.

    Bem-haja pelo comentário :)

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  6. Muito bom o texto, Ana! A mim, quando me pisam os calos, ui...!
    Beijinhos e já te sigo :)

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  7. Bééééééé!!!!
    E os bezerros? Aqueles(as)que vão aos treinos mas não aprendem nadinha?
    Se uma cabra incomoda muita gente, duas cabras incomodam muito mais.
    Ao dispôr para "cabrear"
    :)

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  8. Luísa:
    podia responder-te muita coisa, mas só me apetece isto: LOL

    Estás recrutada!
    Beijoooooooooooo

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  9. E caso para dizer:
    "The Bitch is back"

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  10. Queridérrima Ana (estou a tentar retribuir o carinho..., sou o anónimo das 08.53, e apenas te quero esclarecer que apenas te faltava um blogue para seres uma "verdadeira cabra", não me referia necessariamente a um blogue de cariz cabreiro, bastava um blogue generalista...

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  11. Utena:
    ela está cá sempre ;)
    Beijinho.

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  12. Anónimo:

    Gosto de anónimos, palavras anónimas e rostos anónimos. Pela simples razão de que não existem a não ser na realidade anónima que eles mesmo criaram, sendo que, muito raramente conseguem vislumbrar a realidade das pessoas normais.

    A partir de agora, silence is all you get.

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  13. Mais um excelente artigo de uma das melhores bloggers que conheço: humor, sarcasmo e inteligência numa combinação explosiva (fez-me lembrar uma série britânica de que eu era fã incondicional: "Yes, Prime Minister!")
    Palpita-me que o "anónimo" estava a tentar testar o teu grau de "cabrice". ;)

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  14. Gustavo:

    seu bajulador ;)

    Também sou grande fã do humor britânico: a "culpa" é dos Monty Phyton e de séries como "Faulty Towers", que sou capaz de ver vezes sem conta, só por causa do Jonh Cleese :D
    Já agora, o "Yes, Prime Minister" era brilhante!

    Quanto ao anónimo: não percebo de todo, o anonimato a não ser que se esteja num programa de protecção de testemunhas...E quanto aos testes, inté lhes acho piada desde que saiba a origem do testador. Sim, porque como disse no texto tenho que partir sempre da permissa de que existe uma cabra maior e neste caso, não me parece. De todo!
    Ah, e como já sou crescidinha, não alinho em "picardias" gratuitas (I choose my own battles).

    Beijinho e obrigada pelo teu comentário :)

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