terça-feira, 28 de junho de 2011

Um perto muito perto

(photo by Nika Fadul)

"Há pessoas que são, para nós, como os poetas: põem palavras onde, antes, só havia sentimentos. Mas, antes, falei-vos dos alquimistas. Que não só interpelam o que sentimos, como lhe respondem. Com gestos. De surpresa.
São gestos que, parecendo um tudo-nada, tocam cá dentro e fazem do "perto muito perto" com alguém, um sentimento de liberdade que se perde de vista. A esses gestos - que nos revolvem - podemos chamar, simplesmente, comunhão. Ou, timidamente, amor.
Comunhão é  autenticidade e transparência. De braço dado. E a quatro mãos. Só ela interpela o que sentimos com gestos de surpresa e põe palavras onde, antes, era quase um ermo nos nossos sentimentos.
É das experiências de comunhão que nasce a fé: a fé na vida, nas pessoas, no futuro, ou em tudo o que nos transcende (e que, por mais que vinque a nossa pequenez, nos desafia a crescer, nos ilumina e protege).
As relações de comunhão são tão sublimes (e preciosas) que, por mais fugazes (ou por mais remotas) que tenham sido, nos guiamos por elas na procura de outras experiências semelhantes, para sempre. 
E protegem-nos: dos desalentos e das decepções, da dor e da tristeza, do azedume e do mal. (...) Como se fossem um regresso (a um Paraíso  que parecia perdido) e, ao mesmo tempo, um lugar que se sente, se saboreia ou se visita pela primeira vez."

"Chega-te a mim e deixa-te estar.", Eduardo Sá


P.S: para os meus irmãos de coração.

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